sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Aluna do Curso participa de escavação arqueológica (fóssil humano que pode ter até 8 mil anos)

A pedido do Professor João Ricardo, e com muita satisfação, estamos postando essa notícia. É uma descoberta arqueológica feita na região (especificamente em Pains-MG), coordenada pelo arqueólogo já conhecido por nós alunos do curso de História da FUNEDI/UEMG, Gilmar Henriques, e com participação de nossa colega, também aluna curso de História, do 4º período, Amanda Cristina (inclusive minha colega de classe). Sem mais delongas, a notícia propriamente:

A notícia é do portal Hoje em Dia (segue referências no fim do Post)
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Escavações encontram corpos da pré-história em Pains

Sepultamento indígena em Capoeirão pode ter até 8 mil anos de idade e trabalho dos pesquisadores durou 3 meses

Douglas Fernandes - Da Sucursal do Centro-Oeste de Minas - 7/09/2010 - 09:04

PAINS - Pesquisadores do Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco (MAC), em Pains, no Centro-Oeste de Minas, estão animados com a descoberta de um sepultamento indígena pré-histórico que pode ter de 3 mil a 8 mil anos de idade. No local, além de utensílios como pontas de flechas e vasilhas, foram encontrados também três corpos em perfeito estado de conservação.

A escavação no sítio arqueológico localizado em Capoeirão (a 22 quilômetros de Pains) durou cerca de três meses e termina nesta terça-feira (7). Este foi o primeiro trabalho realizado pela equipe do museu. “Esse tipo de achado arqueológico é muito raro em Minas e geralmente descoberto só em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Agora, as amostras dos materiais encontrados estão sendo enviadas para um laboratório em Miami (EUA), onde será feita a datação exata. Tendo de 2 mil a 3 mil anos, tudo indica que esses corpos encontrados seriam descendentes de povos de línguas macro-ge, antepassados de todos os povos que viveram em Minas Gerais. Mas se a idade for maior, será difícil definir sua origem”, explica o idealizador do projeto e também curador e diretor do MAC, Gilmar Henriques Pinheiro Júnior.

Segundo ele, a região do Carste do Alto São Francisco abarca os municípios de Pains, Arcos, Formiga, Córrego Fundo, Pimenta, Piumhi, Doresópolis e Iguatama e possui mais de 800 cavernas e cerca de 200 sítios arqueológicos espalhados.

As escavações tiveram início em junho deste ano, quando Henriques apresentou um projeto junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para uma pesquisa relacionada com um efeito natural muito comum na região chamado dolina (efeito que funciona como uma ampulheta, quando o terreno do solo é sugado devido a existência de uma caverna no subsolo).

“Com pouco mais de 10 metros quadrados de escavação, encontramos o abrigo rochoso utilizado por esses povos da antiguidade, que dividiram o espaço em dois: um lado para as atividades cotidianas e outro para o sepultamento. Na primeira parte encontramos vasilhas de cerâmica e pontas de flechas feitas de rochas lascadas, o que indica um local relacionado à caça”, detalha o diretor do museu arqueológico.

Mas, de acordo com Henriques, o principal achado foi o sepultamento pré-histórico, que permitirá analisar a história da região não somente por meio de utensílios, mas também através dos povos que ali viveram. “Ainda não é possível determinar com exatidão se essas pessoas ocupavam algum posto social de destaque, mas o trabalho de sepultamento foi realizado com todo cuidado, com os corpos muito bem depositados em posição fetal, cobertos por pedras e logo em seguida, soterrados com areia.
Com a analise de laboratório, será possível definir não somente o sexo e a idade, mas também determinar as possíveis doenças que tiveram em vida e até mesmo as atividades que mais realizaram como caçadas ou trabalhos manuais. E isso porque estão muito bem conservados”, informou.

Região de calcário permite conservação

Henriques explica ainda que as cavernas funcionam como “geladeiras naturais” e por este motivo a região com grande formação calcária, denominada carste, propicia a conservação quase intacta de vestígios da ocupação humana. Alguns materiais encontrados podem ter mais de 10 mil anos. “Esse sepultamento pré-histórico não é o primeiro a ser encontrado, mas é importante pela conservação”, disse.

A equipe que atuou na escavação foi coordenada por Gilmar Henriques, doutorando pela Universidade de São Paulo (USP), e é composta por mais dois arqueólogos também da USP (um doutorando e uma mestre), além de uma acadêmica em história pela Fundação Educacional de Divinópolis (Funedi) e um auxiliar de pesquisas do MAC.

A proposta, segundo Henriques, é iniciar um intercâmbio entre as universidades e faculdades interessadas nesses estudos. Todo o material encontrado será preparado para compor o acervo do museu, o que deve acontecer em seis meses.

Rico acervo

Inaugurado em abril deste ano, como publicado pelo HOJE EM DIA, o Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco (MAC), foi criado em parceira com a Prefeitura Municipal, cientistas, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em seu acervo estão mais de 200 artefatos (alguns com mais de 11 mil anos), frutos de 10 anos de pesquisas e que contam a história milenar da ocupação humana na região.

A proposta de criação do MAC foi aprovada em 2008 pelo edital “Mais Museus”, do Iphan, que contempla cidades com menos de 50 mil habitantes. Somando o subsídio do instituto com a contrapartida da Prefeitura para compra de equipamento e reforma e adequação do casarão centenário, para abrigar o museu, serão investidos cerca de R$ 2 milhões.
O casarão existe em uma reserva ambiental (Parque Natural Municipal), que receberá melhorias, como a criação de um lago e a construção de uma pista de caminhada, posteriormente.



Pesquisadores fizeram escavações durante três meses em Pains - ELAINE MARTINS / DIVULGAÇÃO

Esqueletos estavam em perfeito estado de conservação - ELAINE MARTINS / DIVULGAÇÃO


Fonte: 8/9/10, Portal Hoje em Dia

Um comentário:

  1. Pessoal! Parabéns!

    É isso mesmo! Além de gerar informação cabe ao blog multiplicar outros meios produtores de informação.

    Por isso os blogueiros também utilizam o termo "publicar", ou seja, tornar público: boas notícias e idéias não valem nada engavetadas.

    Fico feliz de vê-los usando este blog pra deixar as idéias e notícias bem à mostra, fora das gavetas!

    Abraços a todos!

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